Home

Hora do upgrade Prancheta, lápis, régua \"T\", hidrocor ou AutoCad, tanto faz, a ferramenta de trabalho \"criatividade\", essa sim, será sempre indispensável a qualquer arquiteto que queira ficar na ativa. Contudo, não podemos fechar os olhos para as grandes mudanças que têm ocorrido ao longo dos últimos anos nessa área de atuação e que marcaram definitivamente o \"modus operandi\" desse profissional. Atualização constante, troca intensa de informações, visão de mercado, network, agilidade, poder de compatibilização e de estudar viabilidades com resultados precisos, soluções adequadas ao objetivo e funcionalidade do produto que se deseja atingir, e principalmente ineditismo são alguns dos ingredientes embutidos no pacote de desejos que construtoras e incorporadoras buscam em um arquiteto... É preciso surpreender positivamente o consumidor sempre! Pois, mais do que um projeto arquitetônico bem resolvido, os investidores buscam hoje um profissional que seja proativo e participativo, sensível e experiente para melhor definir o conceito do produto junto às figuras do consultor imobiliário e do publicitário. Espera-se ainda do arquiteto que use sua visão multifacetada conceitualmente e não apenas técnica ou empresarial de outrora para opinar sobre o que o mercado pode ou não absorver. É um jogo onde não há margem para riscos e nenhum detalhe pode passar despercebido, pois a sobrevida desse caldeirão que movimenta diariamente bilhões de reais em investimentos depende do \"tiro certeiro\", onde o produto deverá estar \"redondo\" como o alvo, para que a venda seja um resultado previsível e se possível inevitável em razão da atração, justeza, encantamento e certeza de retorno que poderá dar.

Quem entendeu o recado e está fazendo o dever de casa certamente terá maiores chances de garantir vida longa ao seu negócio, tendo prazer no que faz, ou melhor, transformando o ato de projetar numa realização de qualidade feita com prazer e muito amor.

Como arquiteto e urbanista posso dizer que já projetei de tudo um pouco nestes 38 anos de atuação no mercado imobiliário. Como curioso que também sou acabei acumulando na bagagem a experiência com incorporação, comercialização de materiais de construção e instalação comercial, o que me ajudou a conhecer a fundo o universo da arquitetura e da construção na sua essência. Na seara de projeto de interiores me dedico atualmente a projetos pontuais e especiais entre os quais destaco o de interior comercial, mais especificamente o de delicatessens. Lembro-me como se fosse hoje. Tinha acabado de retornar de uma viagem a Paris e fiquei encantado com o que vi por lá. Verdadeiros empórios refinados, onde se podia encontrar um pouco de tudo, como bons vinhos, queijos especiais, temperos, especiarias, chocolates, entre outros produtos dos quais até então nunca tinha ouvido falar. Não podia chamar aqueles lugares de supermercado, mas também não se assemelhavam em nada às mercearias e padarias que freqüentei toda vida como filho de comerciante espanhol que sou. Retornei ao Brasil com aquela novidade na cabeça, sem ao menos saber como nomeá-la para um grande amigo de longas datas, também espanhol, que na época tinha uma padaria e doceria na Barra, um dos bairros tradicionais da capital baiana. Esse amigo havia me encarregado da reforma do estabelecimento dele. Mas, mais do que mudar o visual, eu queria mesmo era que ele me permitisse ajudar a colocar em prática este tipo de comércio voltado para pessoas que têm um poder aquisitivo melhor, poder comprar produtos especiais, com uma qualidade superior ao dos encontrados em supermercados.

Depois de muita insistência ele cedeu um depósito que não estava usando para que eu projetasse a loja. O estabelecimento, que começou com 120m2, se tornou um sucesso e logo resolvemos pegar o outro lado da casa que era a padaria e transformamos tudo em uma delicatessen com mais de 400m2. E foi assim que criamos há quase 30 anos atrás, acredito eu, o primeiro conceito de delicatessen no Brasil. A loja logo se tornou sinônimo de sofisticação e qualidade, o que lhe rendeu mais oito endereços na cidade. A fórmula projectual não confesso nem sob tortura, mas posso dizer que esse modelo de delicatessen é personalizado para um perfil de cliente diferenciado, informado, gastrônomo por excelência, de bom gosto que têm prazer em ser referência, em escolher pessoalmente cada produto com desenvoltura e hábitos refinados e em ver e ser visto. Daí a necessidade de termos gôndolas mais baixas do que o padrão possibilitando uma visão panorâmica do ambiente. A loja tem que oferecer uma atmosfera que se assemelhe ao seu estilo, seja aconchegante, com iluminação direcionada de modo a valorizar os produtos expostos e ressaltar com naturalidade suas cores nas embalagens e gêneros com intensidades variadas desde as mais quentes às mais frias a depender do que se deseje fazer notar. Destaco também o pé direito elevado sugerindo um ambiente oxigenado e confortavelmente climatizado, aromatizado e com música ambiente buscando agregar ao conceito, ao atendimento e à marca valores que despertem o desejo de consumo. O projeto de interior comercial também prioriza o branco, o vidro e o metal nos materiais com o intuito de minimizar a poluição visual que normalmente estabelecimentos do tipo trazem com a profusão de produtos de todos os tamanhos, cores e marcas, além de passar para o cliente a sensação de assepsia do ambiente. Para tanto, a escolha dos produtos e equipamentos sempre é cuidadosamente feita a partir de inúmeras pesquisas, viagens ao exterior para visitar feiras e fábricas de empresas especializadas.

O projeto arquitetônico de todas as lojas é composto por garagem externa, áreas de produção, de panificação, de confeitaria, cozinha geral, câmaras frigoríficas, depósito, apoio a funcionários, escritório administrativo, pavimento técnico com centrais de equipamentos, além da própria loja delicatessen. Por estes e outros detalhes que envolvem o conceito de delicatessen, o nosso modelo ultrapassou as fronteiras da Bahia e atualmente está presente em outros estabelecimentos semelhantes que projetamos para empresas em São Paulo, no Rio de Janeiro e mais recentemente em Manaus. Publicado originalmente na REVISTA CONSTRUIR NORDESTE

Anos 50, 60, 70, 80... 2000, enfim 2009. O que mudou nos últimos 10 anos na forma de ser das pessoas? Fazendo uma retrospectiva temos na década de 50 uma grande era de reconstrução pós-guerra mundial. Nos anos 60 temos um período de revolução com o surgimento da contracultura que quebrou diversos paradigmas. Tivemos também a ditadura em 64 que, na contramão gerou medo e censura na sociedade brasileira. A década de 70 foi marcada pela repressão e pela guerra fria. Na seqüência, nos anos 80, temos o fim da ditadura, grande inflação, Plano Sarney, Plano Collor e Plano Real. Só em 2000 começamos a experimentar a estabilidade econômica. Concorrência, competência, comunicação, tecnologia da informação, economia, capacitação, formação, meio ambiente, mercado, estilo, mídia, densidade demográfica, violência, segurança, transporte, alimentação, tempo, cultura, solidariedade, estabilidade, sedentarismo, produção, sustentabilidade, humanização, civilização, assistência, saúde, esperança, amor, moradia, recurso, paz, trabalho, lazer, esporte, família, empresa, estudo, emprego, marketing pessoal, sucesso, amigos... Você está atento a tudo? Com tanto o que se preocupar e tanto por fazer, quais serão os principais valores da vida atual? Como estaremos em 2010? O que será a nova década? Quais serão as ferramentas ou \"armas\" utilizadas para enfrentar a concorrência nesses próximos dois anos, antes da nova década que há de vir? A aparência ou imagem \"conceito\" continuará chegando primeiro e vendendo sempre antes da competência? Como será nos próximos dois anos? Que referências a \"comunicação\" usará para essa sociedade tão multifacetada pelas mudanças de comportamento e valores na primeira década do século 21? Qual a influência da evolução na Tecnologia da Informação sobre o comportamento humano? Como se comportará a economia com relação à produção e comercialização cada vez maior de bens insólitos, serviços virtuais e direitos de uso sem propriedade física? Quando você acha que sua \"capacitação\" ou formação será suficiente para encarar o \"futuro\" já que o mundo não pára? São muitas as perguntas que pairam no nosso inteligente coletivo. Em termos de meio ambiente, todos terão de optar para que mundo produzir, para que mundo direcionar nossos interesses e preocupações. O \"caminho A\" é direcionarmos para o \"catastrófico\" embalado pelo aquecimento global, tormentas, enchentes, nevascas, degelo, incêndios florestais, terremotos, etc. O \"caminho B\" é voltarmo-nos para o mundo \"ambientalista\" onde os homens e os países se comprometam com a preservação, a despoluição e a recuperação do meio ambiente planetário. E agora, fica a pergunta: quais serão suas atitudes nesse ano que se inicia? Já pensou nisso ou vai fingir que não é com você? Para próxima década, a começar pela \"transição\" já em 2009, pergunta-se: com tantas mudanças de valores, o mercado refletirá apenas anseios e desejos impingidos aos consumidores ou os consumidores darão uma cara aos novos mercados? Estilo é uma invenção do mercado para vender ou é a necessidade do ser humano de se modificar e até tentar ser exclusivo ou único nessa grande aldeia? Mídia. A todo instante surge uma mídia nova que não substitui as existentes, mas as complementa. Porém, diante da aceleração da vida no cotidiano e da quase dispensa do objeto convencional que veicula a informação vez que essa quase se materializa em som e imagem virtual, como você vê a comunicação na próxima década? É para esse \"admirável mundo novo\" parodiando Audous Huxley, que estaremos trabalhando. É para esse mercado imobiliário cuja face imaginamos e teremos que identificar dentre tantos nessa multidão de possibilidades, que iremos produzir, projetar e construir se quisermos ficar vivos e saudáveis financeiramente, se desejarmos continuar tendo sucesso nos novos tempos, nos \"tempos modernos\", não os de Charles Chaplin, mas os que haverão de vir, graças a Deus!

Anos 50, 60, 70, 80... 2000, enfim 2009. O que mudou nos últimos 10 anos na forma de ser das pessoas? Fazendo uma retrospectiva temos na década de 50 uma grande era de reconstrução pós-guerra mundial. Nos anos 60 temos um período de revolução com o surgimento da contracultura que quebrou diversos paradigmas. Tivemos também a ditadura em 64 que, na contramão gerou medo e censura na sociedade brasileira. A década de 70 foi marcada pela repressão e pela guerra fria. Na seqüência, nos anos 80, temos o fim da ditadura, grande inflação, Plano Sarney, Plano Collor e Plano Real. Só em 2000 começamos a experimentar a estabilidade econômica. Concorrência, competência, comunicação, tecnologia da informação, economia, capacitação, formação, meio ambiente, mercado, estilo, mídia, densidade demográfica, violência, segurança, transporte, alimentação, tempo, cultura, solidariedade, estabilidade, sedentarismo, produção, sustentabilidade, humanização, civilização, assistência, saúde, esperança, amor, moradia, recurso, paz, trabalho, lazer, esporte, família, empresa, estudo, emprego, marketing pessoal, sucesso, amigos... Você está atento a tudo? Com tanto o que se preocupar e tanto por fazer, quais serão os principais valores da vida atual? Como estaremos em 2010? O que será a nova década? Quais serão as ferramentas ou \"armas\" utilizadas para enfrentar a concorrência nesses próximos dois anos, antes da nova década que há de vir? A aparência ou imagem \"conceito\" continuará chegando primeiro e vendendo sempre antes da competência? Como será nos próximos dois anos? Que referências a \"comunicação\" usará para essa sociedade tão multifacetada pelas mudanças de comportamento e valores na primeira década do século 21? Qual a influência da evolução na Tecnologia da Informação sobre o comportamento humano? Como se comportará a economia com relação à produção e comercialização cada vez maior de bens insólitos, serviços virtuais e direitos de uso sem propriedade física? Quando você acha que sua \"capacitação\" ou formação será suficiente para encarar o \"futuro\" já que o mundo não pára? São muitas as perguntas que pairam no nosso inteligente coletivo. Em termos de meio ambiente, todos terão de optar para que mundo produzir, para que mundo direcionar nossos interesses e preocupações. O \"caminho A\" é direcionarmos para o \"catastrófico\" embalado pelo aquecimento global, tormentas, enchentes, nevascas, degelo, incêndios florestais, terremotos, etc. O \"caminho B\" é voltarmo-nos para o mundo \"ambientalista\" onde os homens e os países se comprometam com a preservação, a despoluição e a recuperação do meio ambiente planetário. E agora, fica a pergunta: quais serão suas atitudes nesse ano que se inicia? Já pensou nisso ou vai fingir que não é com você? Para próxima década, a começar pela \"transição\" já em 2009, pergunta-se: com tantas mudanças de valores, o mercado refletirá apenas anseios e desejos impingidos aos consumidores ou os consumidores darão uma cara aos novos mercados? Estilo é uma invenção do mercado para vender ou é a necessidade do ser humano de se modificar e até tentar ser exclusivo ou único nessa grande aldeia? Mídia. A todo instante surge uma mídia nova que não substitui as existentes, mas as complementa. Porém, diante da aceleração da vida no cotidiano e da quase dispensa do objeto convencional que veicula a informação vez que essa quase se materializa em som e imagem virtual, como você vê a comunicação na próxima década? É para esse \"admirável mundo novo\" parodiando Audous Huxley, que estaremos trabalhando. É para esse mercado imobiliário cuja face imaginamos e teremos que identificar dentre tantos nessa multidão de possibilidades, que iremos produzir, projetar e construir se quisermos ficar vivos e saudáveis financeiramente, se desejarmos continuar tendo sucesso nos novos tempos, nos \"tempos modernos\", não os de Charles Chaplin, mas os que haverão de vir, graças a Deus!

Fazer o novo, de novo Fazer o novo a cada projeto é o que o mercado espera de quem acumulou experiências fazendo arquitetura há anos, tendo o hábito de sempre surpreender a partir de uma base sólida com projetos inéditos e inabaláveis diante dos adjetivos superlativos com os quais tentam homenageá-lo ou testá-lo à exaustão. Mas, será que alguém já se perguntou onde está verdadeiramente “o novo” nos projetos arquitetônicos que vimos por aí nos últimos anos? O mais apressado diria que poderá ser visto ao folhear as páginas da última edição do “Architecture Now” onde estão as incontáveis maravilhas que estão sendo erguidas mundo afora, carregadas de ousadias e pretensões, num enorme desperdício construtivo em nome da forma e um desmensurado desafio a gravidade com tal monta, que cria a “Arquitetura Halterofilista”. Tudo isso sem falar do abuso desnecessário de materiais sofisticados que só elevam o custo das obras a cifras impensáveis. Buscar o “novo, de novo” ou sempre como uma obssessão, como necessidade de distinção está mais próximo da busca de novo pelo novo, como reconhecimento de sucesso a qualquer custo, sem propósito claro de um objetivo digno, edificante e significativo para alguém, além de quem o faz. Buscar o novo traz implícito um \"por quê?\", \"pra quem?\", \"por qual razão?\" Caso contrário não faz sentido. Antes de tudo, o que é \"o novo\"? Será aquilo que se diferencia do que já foi feito, visto ou experimentado? Será mesmo novo o que se destaca apenas pelos materiais usados, novas dimensões e multiplicidade de funções? Não, não mesmo! Todas essas qualidades poderão estar reunidas e presentes em algo não necessariamente novo. Estamos cansados de ver repetidos e reelaborados projetos, soluções e propostas, apenas reciclados e mascarados por sofisticações como as descritas anteriormente que os fazem apenas diferentes, mas \"ser diferente não é ser novo!\" O novo é relativo a futuro. Contudo, vivenciamos um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa, como disse sabiamente o pensador George Carlin. Fazer o novo requer além da mudança funcional estética e estrutural, como necessidade básica, a mudança, sobretudo de atitude e postura de quem faz, para que se proceda a inovação na essência daquilo que se pretenda produzir. É um exercício de futurologia competente e responsável embasada na sedimentação de informações, muitas observações, estudos, estatísticas e pesquisas acompanhadas de boa dose de intuição criativa. Quero com esse texto fazer uma provocação aos arquitetos inquietos como eu que buscam \"fazer o novo\" na sua essência e não \"na fachada\", desculpem-me pelo inevitável trocadilho. Pois, pensar o novo é um exercício que em muitas vezes não aprendemos na escola. Vem de dentro, da busca individual. E na Arquitetura essa é uma condição indispensável, pois projetamos com os pés no presente e a cabeça no futuro. Então faço um convite para que cada um mergulhe nas suas entranhas a fim de buscar verdadeiramente \"o novo\" ao invés de \"do novo, de novo\". Como disse o arquiteto Frank Lloyd Wright na década de 40, \"o Arquiteto tem que ser um profeta. Um profeta no sentido literal do termo. Se ele não conseguir enxergar pelo menos dez anos à frente não o chame de Arquiteto.\"

Espelho, espelho meu Estava eu absorto em meus afazeres no meio da tarde, mesa repleta de papéis, plantas, e-mails impressos, recortes de jornais e revistas, correio do dia e por aí vai. Até então tudo bem, não se assustem, mesa de quem decide é assim, todo mundo põe alguma coisa. Horas porque quer ver resolvido outras porque precisa se livrar daquilo... É... Fazer o que? Tudo bem! Um café para virgular o texto do dia, um corte na produção do cortisol pra não perder a memória e eis que no devaneio dos meus bons minutos me vejo diante de dois artigos que por lá também repousaram. O primeiro me chamou a atenção por trazer a imagem de uma bela obra bíblica pintada por Michelangelo sublinhada por instigante título “Fiel Profissional” que começava com a frase “Vender não é para amadores”. Esta resumia o que vinha a seguir: “Vender o insólito, então (propaganda, design, arquitetura, etc) é uma tarefa quase divina”. O autor desafiava ainda mais... Quer ver? \"Produto\", vamos combinar, é tudo o que você pode apalpar, cheirar, olhar, mesmo de pertinho. Já \"Serviços\", onde me incluo, como prestador de serviços, o jogo é outro. Você só vai saber depois de comprar e esperar ser elaborado, o que ainda vai virar produto, pra então ter uma noção se fez ou não bom negócio, o que contraria a máxima de Philip Kotler - papa do marketing (também citado no artigo) de que \"produto é tudo aquilo que atende às necessidades do cliente\". O produto fruto dessa contratação pode não explodir, mas pode ser uma bomba! Com certeza não era o que você procurava quando contratou. \"Serviços\" são assim, não estão em prateleiras de lojas ou supermercados, não podem ser empacotados e por vezes como rótulo ou garantia só tem o nome do contratado. Essa coisa me estarrece. Às vezes fico congelado só em pensar na insegurança do cliente, consumidor, contratante ou vítima em potencial diante da necessidade de contratar um serviço... E ai me pergunto: será que como prestador de serviços estou fazendo a coisa certa? Estou surpreendendo pela boa qualidade do que elaboro? Não poderia agregar mais alguns valores ao produto? Estou me posicionando e agindo da melhor forma? Estou sabendo me apresentar? Estou acompanhando competentemente o pós-serviço deixando os clientes satisfeitos? São infinitas as questões. É preciso um trabalho ininterrupto e sistemático de atualização qualitativa eficiente. Como se não bastasse, até porque todos nós sabemos, o artigo termina com a sentença \"No céu só tem lugar para os muitos bons!\". Não vou perder a calma nem a esperança até porque embora não fale para ninguém, quando estou só comigo mesmo, até acho que estou entre aqueles que \"mandam bem\". Porém, ainda mergulhado nessas reflexões, reparo no segundo artigo sobre ambiente corporativo escrito por Luiz Marins com o título: \"Tenha tempo para as coisas essenciais da vida\". O texto começa com a frase \"É pura verdade que o mundo de hoje é estressante, corrido e impiedoso até\". Para mim não amigo! Já foi... Isso era quando eu corria não sei para onde, competia comigo mesmo e mais um milhão de desconhecidos senão nenhum raio de sol bateria em mim e eu ficaria sem lugar no mundo... Ai, ai, ai... Acabo de ler um artigo que me diz \"você não pode parar!\". E agora vem o senhor Marins dizendo que \"Pessoas estressadas, cansadas, mal humoradas e que dormem mal não conseguem desenvolver a criatividade tão necessária para vencer\". E finaliza falando que \"tempo é questão de preferência\". Eu também sei, mas quem disse que eu estou estressado? Amigo, há muito tempo só faço o que gosto e o que me dá prazer. Aprendi que só assim você poderá estar entre os melhores! Fazendo com vontade, atitude e gana o que gosta. Então, ele diz ainda que \"É preciso achar um tempo para você, para sua família, para sua recreação e para seu lazer\". Aí amigo, depois dessa, metade do mundo fica sem chão e a outra metade começa a se condenar. Qual nada! Não é bem assim não. As pessoas querem instituir a reta, o plano, o absoluto, o clean, o simples, o minimalista, o zen, o justo, o exclusivo, o perfeito, o puro como ideal. Mas, o mundo é curvo, diverso, complexo, turbulento, dividido, impuro, imprevisível, obscuro, injusto, e por isso, dinâmico, vivo, agitado, girando e progredindo universo afora se expandindo para o infinito. Isso quer dizer \"Viva, faça o mundo deixando sua marca, faça sua parte\". A essa altura, já de volta a orbita dos meus projetos terrenos tentando fazê-los arranhar os céus, caio na minha mais alentadora realidade de estar fazendo o que gosto quando os olhos me traem e correm pelas últimas linhas do texto escrito por Marins que diz assim: \"Não estará você querendo provar para si mesmo que é um super homem ou uma super mulher que só pensa em trabalhar, trabalhar e trabalhar? Tenha tempo para as coisas essenciais da vida!\". Ora, vejam só! O que é mais essencial na vida do que amar? Amar a amada, amar a família, os amigos, a beleza, o divino... Amar o que se ama fazer até porque não está provado que ociosidade leve ninguém à felicidade. Por isso, não saio para a luta pelas manhãs. Não corro para ganhar o pão, não mato um leão a cada dia, mas desfruto o prazer de fazer o que gosto até não mais poder porque entre as coisas essenciais da vida está se divertir no que se escolhe como trabalho e amar trabalhar naquilo que escolheu para se divertir, podendo vir a ser o melhor, não por competição, mas por estar fazendo com mais prazer! A vida é essa gangorra e o bom só é muito bom porque existe o muito ruim. Por isso, entre altos e baixos, claros e escuros, retas e curvas sigo me divertindo, trabalhando com muita seriedade e muito amor, minha Arquitetura.

Espelho, espelho meu Estava eu absorto em meus afazeres no meio da tarde, mesa repleta de papéis, plantas, e-mails impressos, recortes de jornais e revistas, correio do dia e por aí vai. Até então tudo bem, não se assustem, mesa de quem decide é assim, todo mundo põe alguma coisa. Horas porque quer ver resolvido outras porque precisa se livrar daquilo... É... Fazer o que? Tudo bem! Um café para virgular o texto do dia, um corte na produção do cortisol pra não perder a memória e eis que no devaneio dos meus bons minutos me vejo diante de dois artigos que por lá também repousaram. O primeiro me chamou a atenção por trazer a imagem de uma bela obra bíblica pintada por Michelangelo sublinhada por instigante título “Fiel Profissional” que começava com a frase “Vender não é para amadores”. Esta resumia o que vinha a seguir: “Vender o insólito, então (propaganda, design, arquitetura, etc) é uma tarefa quase divina”. O autor desafiava ainda mais... Quer ver? \"Produto\", vamos combinar, é tudo o que você pode apalpar, cheirar, olhar, mesmo de pertinho. Já \"Serviços\", onde me incluo, como prestador de serviços, o jogo é outro. Você só vai saber depois de comprar e esperar ser elaborado, o que ainda vai virar produto, pra então ter uma noção se fez ou não bom negócio, o que contraria a máxima de Philip Kotler - papa do marketing (também citado no artigo) de que \"produto é tudo aquilo que atende às necessidades do cliente\". O produto fruto dessa contratação pode não explodir, mas pode ser uma bomba! Com certeza não era o que você procurava quando contratou. \"Serviços\" são assim, não estão em prateleiras de lojas ou supermercados, não podem ser empacotados e por vezes como rótulo ou garantia só tem o nome do contratado. Essa coisa me estarrece. Às vezes fico congelado só em pensar na insegurança do cliente, consumidor, contratante ou vítima em potencial diante da necessidade de contratar um serviço... E ai me pergunto: será que como prestador de serviços estou fazendo a coisa certa? Estou surpreendendo pela boa qualidade do que elaboro? Não poderia agregar mais alguns valores ao produto? Estou me posicionando e agindo da melhor forma? Estou sabendo me apresentar? Estou acompanhando competentemente o pós-serviço deixando os clientes satisfeitos? São infinitas as questões. É preciso um trabalho ininterrupto e sistemático de atualização qualitativa eficiente. Como se não bastasse, até porque todos nós sabemos, o artigo termina com a sentença \"No céu só tem lugar para os muitos bons!\". Não vou perder a calma nem a esperança até porque embora não fale para ninguém, quando estou só comigo mesmo, até acho que estou entre aqueles que \"mandam bem\". Porém, ainda mergulhado nessas reflexões, reparo no segundo artigo sobre ambiente corporativo escrito por Luiz Marins com o título: \"Tenha tempo para as coisas essenciais da vida\". O texto começa com a frase \"É pura verdade que o mundo de hoje é estressante, corrido e impiedoso até\". Para mim não amigo! Já foi... Isso era quando eu corria não sei para onde, competia comigo mesmo e mais um milhão de desconhecidos senão nenhum raio de sol bateria em mim e eu ficaria sem lugar no mundo... Ai, ai, ai... Acabo de ler um artigo que me diz \"você não pode parar!\". E agora vem o senhor Marins dizendo que \"Pessoas estressadas, cansadas, mal humoradas e que dormem mal não conseguem desenvolver a criatividade tão necessária para vencer\". E finaliza falando que \"tempo é questão de preferência\". Eu também sei, mas quem disse que eu estou estressado? Amigo, há muito tempo só faço o que gosto e o que me dá prazer. Aprendi que só assim você poderá estar entre os melhores! Fazendo com vontade, atitude e gana o que gosta. Então, ele diz ainda que \"É preciso achar um tempo para você, para sua família, para sua recreação e para seu lazer\". Aí amigo, depois dessa, metade do mundo fica sem chão e a outra metade começa a se condenar. Qual nada! Não é bem assim não. As pessoas querem instituir a reta, o plano, o absoluto, o clean, o simples, o minimalista, o zen, o justo, o exclusivo, o perfeito, o puro como ideal. Mas, o mundo é curvo, diverso, complexo, turbulento, dividido, impuro, imprevisível, obscuro, injusto, e por isso, dinâmico, vivo, agitado, girando e progredindo universo afora se expandindo para o infinito. Isso quer dizer \"Viva, faça o mundo deixando sua marca, faça sua parte\". A essa altura, já de volta a orbita dos meus projetos terrenos tentando fazê-los arranhar os céus, caio na minha mais alentadora realidade de estar fazendo o que gosto quando os olhos me traem e correm pelas últimas linhas do texto escrito por Marins que diz assim: \"Não estará você querendo provar para si mesmo que é um super homem ou uma super mulher que só pensa em trabalhar, trabalhar e trabalhar? Tenha tempo para as coisas essenciais da vida!\". Ora, vejam só! O que é mais essencial na vida do que amar? Amar a amada, amar a família, os amigos, a beleza, o divino... Amar o que se ama fazer até porque não está provado que ociosidade leve ninguém à felicidade. Por isso, não saio para a luta pelas manhãs. Não corro para ganhar o pão, não mato um leão a cada dia, mas desfruto o prazer de fazer o que gosto até não mais poder porque entre as coisas essenciais da vida está se divertir no que se escolhe como trabalho e amar trabalhar naquilo que escolheu para se divertir, podendo vir a ser o melhor, não por competição, mas por estar fazendo com mais prazer! A vida é essa gangorra e o bom só é muito bom porque existe o muito ruim. Por isso, entre altos e baixos, claros e escuros, retas e curvas sigo me divertindo, trabalhando com muita seriedade e muito amor, minha Arquitetura.

O ônus e o bônus Já fazem muitos carnavais desde os anos dourados onde tudo era permitido dentro do bom senso. Sem tantas leis para tudo e toda alegria valia até o muro do vizinho, pois é, é desde o tempo em que a velha FAU/ BA – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Federal da Bahia ainda ocupava acanhados barracões de madeira prensada no bairro da Federação onde hoje tem fincada os pés de concreto e aço que muita água já passou em baixo da ponte e muitos verões e natais já se foram. Bons tempos aqueles, me deixam com a cara patética lembrando Casimiro de Abreu, emoções vividas e bem guardadas, registros marcantes, paixões declaradas em pinceladas vigorosas nas cores fortes da adolescência ou “adultecência” precoce e pretensiosa. Ouvia-se Bossa Nova e MPB com Chico Buarque, Ivan Lins e Gonzaguinha. Em livros éramos apresentados aos escritores Gorki, Dostoyewski, Puskin, também aos arquitetos Mies, Frank, Corbusier, lá, Lúcio e Oscar aqui. Em 64 após 31 de março, Vilanova Artigas chama atenção para a FAU/ Brasília, acontece a reforma do ensino, São Paulo respira concreto com Paulo Mendes, Otake, Miguel Juliano, Teperman, Rino, Demétrio, Vasco, Zanettini hoje devoto do aço... Meu Deus como sou injusto! Deveria citar tantos outros colegas mais, antes e depois desses lembrando que a mesma época no Rio de Janeiro, Joaquim Guedes, Paulo Casé, Índio da Costa, Sergio Bernardes e muitos mais ainda em outras paragens, davam com igual importância e grande talento suas contribuições que marcaram de forma indelével a história arquitetônica de nossas cidades, nosso país e nossas vidas em particular, em especial a minha como estudante de arquitetura, fora do eixo dos acontecimentos, Rio/ São Paulo. Nessa época, eu aqui na velha São Salvador como cantou Caymmi, quando era interpelado sobre o que cursava, tinha que ouvir como comentário: Há! Arquitetura... Você está estudando para “desenhar” casas, não é isso? Era isso aí, nem mais nem menos, exceto para alguns poucos esclarecidos, digo pessoas estudadas, “doutores” como eram chamados aqueles sem titulo, mas, com poder e dinheiro, assim era. Atenção! Não confundir com “coronéis” que é outra coisa, pois bem, o importante é que embora fossem bicudos os tempos em razão da psêuda politização binária, formada pelo americanismo yankee e a antagônica militância de esquerda intelectualizada apoiada pelos colegas pro foice e martelo, ambas de fora para dentro, mas, se dizendo nacionalistas como fizeram catequistas religiosos brancos ao tentarem impingir o catolicismo enquanto os negros a umbanda e o candomblé, não sobrando nada para os verdadeiros brasileiros bronzeados adoradores de tupã. Bem, “como tudo que era bom vinha de fora”, regra básica ou voz corrente nessa ocasião, imaginem o que acontecia com a arquitetura? Alias justiça se faça a Severiano Porto, para eu não subir com mais esse pecado, que com a licença da palavra, se embrenhou pelas matas ao Norte de Brasil, se deixando influenciar pelas “OCAS”, primeira Arquitetura vernácular verdadeiramente nacionalista, para criar a mais autentica arquitetura brasileira, o que lhe proporcionou justos e merecidos prêmios. Voltando a nossa arquitetura e aos idos anos 60/ 70 do concreticismo ou brutalismo da arquitetura Paulista dos anos 70 como ficou marcada, eram nervosos os tempos, ansiedade a TOP muita repressão e censura pretensões a mil, Niemayer e Brasília passaram a ser medida para tudo e presença obrigatória em todas as rodas de conversas onde o assunto versasse sobre moda, arte e, sobretudo arquitetura. Uns o amavam incansavelmente, outros criticavam de forma acida e virulenta, mas, sempre e todos de forma apaixonada e quase sempre baseados de forma ansiosa na mensalmente aguardada Revista “A Acrópole”, bíblia arquitetônica para quem não tivesse acesso as estrangeiras como L’Architecture D’Aujourd’hui, Domus, etc de modo a estar sempre antenado na última palavra do que fosse moderno, vanguarda, inovação. A vez e a crença era nos modernistas, assim, nossa arquitetura acabou influenciada por muitos mestres como Kenzo, Corbusier, Khan, Stirling, Frank, Mies, AAlto, dentre outros. Nessa ocasião sonhar era tão importante quanto respirar, sem o que morreríamos. Quanta saudade... mas, a vida é um somatório de presentes. Estudava-se muito, defendia-se o “modernismo” de Aflalo, Croce e Gasparini, Jorge Wilheim, Oscar, Villavecchia, Flavio Penteado. Quando seria possível a nós estudantes brincarmos com aquela liberdade de formas e escala tão monumental, quem não sonhou a época fazer algo assim? Brasília impregnava a todos com sua modernidade e modernismo, que fez possível ver por sobre as quatro paredes da caixa em que estivemos presos! Respirávamos novos tempos, tínhamos fome e sede de saber, a liberdade de expressão e a aparente falta de limites para a criação eram mais importantes até que comer, muitas vezes esquecíamos de fazê-lo, era o sonho superando a realidade, o desejo suprimindo a necessidade, a felicidade dando sentido a vida. Embora estejam no “passando todos esses fatos, já sejam invernos, ou casos de outrora, ou apenas lembranças, são memórias fotografadas por nossas retinas e dominam nosso imaginário no presente, são registros que se manifestam contra o estático, são memória viva que uma vez tendo sido libertária nos faz sonhar porque nos viciaram em não usar freios na imaginação e nos motivam e motivarão sempre onde quer que exista vida, fazendo voltar o cheiro, o gosto, o som, o desejo, a alegria de brincar de Deus, porque só Deus cria, cria e ilumina quem teve o ônus de aprender com a vida a ter o bônus de sonhar com a felicidade criando o futuro.

O ônus e o bônus Já fazem muitos carnavais desde os anos dourados onde tudo era permitido dentro do bom senso. Sem tantas leis para tudo e toda alegria valia até o muro do vizinho, pois é, é desde o tempo em que a velha FAU/ BA – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Federal da Bahia ainda ocupava acanhados barracões de madeira prensada no bairro da Federação onde hoje tem fincada os pés de concreto e aço que muita água já passou em baixo da ponte e muitos verões e natais já se foram. Bons tempos aqueles, me deixam com a cara patética lembrando Casimiro de Abreu, emoções vividas e bem guardadas, registros marcantes, paixões declaradas em pinceladas vigorosas nas cores fortes da adolescência ou “adultecência” precoce e pretensiosa. Ouvia-se Bossa Nova e MPB com Chico Buarque, Ivan Lins e Gonzaguinha. Em livros éramos apresentados aos escritores Gorki, Dostoyewski, Puskin, também aos arquitetos Mies, Frank, Corbusier, lá, Lúcio e Oscar aqui. Em 64 após 31 de março, Vilanova Artigas chama atenção para a FAU/ Brasília, acontece a reforma do ensino, São Paulo respira concreto com Paulo Mendes, Otake, Miguel Juliano, Teperman, Rino, Demétrio, Vasco, Zanettini hoje devoto do aço... Meu Deus como sou injusto! Deveria citar tantos outros colegas mais, antes e depois desses lembrando que a mesma época no Rio de Janeiro, Joaquim Guedes, Paulo Casé, Índio da Costa, Sergio Bernardes e muitos mais ainda em outras paragens, davam com igual importância e grande talento suas contribuições que marcaram de forma indelével a história arquitetônica de nossas cidades, nosso país e nossas vidas em particular, em especial a minha como estudante de arquitetura, fora do eixo dos acontecimentos, Rio/ São Paulo. Nessa época, eu aqui na velha São Salvador como cantou Caymmi, quando era interpelado sobre o que cursava, tinha que ouvir como comentário: Há! Arquitetura... Você está estudando para “desenhar” casas, não é isso? Era isso aí, nem mais nem menos, exceto para alguns poucos esclarecidos, digo pessoas estudadas, “doutores” como eram chamados aqueles sem titulo, mas, com poder e dinheiro, assim era. Atenção! Não confundir com “coronéis” que é outra coisa, pois bem, o importante é que embora fossem bicudos os tempos em razão da psêuda politização binária, formada pelo americanismo yankee e a antagônica militância de esquerda intelectualizada apoiada pelos colegas pro foice e martelo, ambas de fora para dentro, mas, se dizendo nacionalistas como fizeram catequistas religiosos brancos ao tentarem impingir o catolicismo enquanto os negros a umbanda e o candomblé, não sobrando nada para os verdadeiros brasileiros bronzeados adoradores de tupã. Bem, “como tudo que era bom vinha de fora”, regra básica ou voz corrente nessa ocasião, imaginem o que acontecia com a arquitetura? Alias justiça se faça a Severiano Porto, para eu não subir com mais esse pecado, que com a licença da palavra, se embrenhou pelas matas ao Norte de Brasil, se deixando influenciar pelas “OCAS”, primeira Arquitetura vernácular verdadeiramente nacionalista, para criar a mais autentica arquitetura brasileira, o que lhe proporcionou justos e merecidos prêmios. Voltando a nossa arquitetura e aos idos anos 60/ 70 do concreticismo ou brutalismo da arquitetura Paulista dos anos 70 como ficou marcada, eram nervosos os tempos, ansiedade a TOP muita repressão e censura pretensões a mil, Niemayer e Brasília passaram a ser medida para tudo e presença obrigatória em todas as rodas de conversas onde o assunto versasse sobre moda, arte e, sobretudo arquitetura. Uns o amavam incansavelmente, outros criticavam de forma acida e virulenta, mas, sempre e todos de forma apaixonada e quase sempre baseados de forma ansiosa na mensalmente aguardada Revista “A Acrópole”, bíblia arquitetônica para quem não tivesse acesso as estrangeiras como L’Architecture D’Aujourd’hui, Domus, etc de modo a estar sempre antenado na última palavra do que fosse moderno, vanguarda, inovação. A vez e a crença era nos modernistas, assim, nossa arquitetura acabou influenciada por muitos mestres como Kenzo, Corbusier, Khan, Stirling, Frank, Mies, AAlto, dentre outros. Nessa ocasião sonhar era tão importante quanto respirar, sem o que morreríamos. Quanta saudade... mas, a vida é um somatório de presentes. Estudava-se muito, defendia-se o “modernismo” de Aflalo, Croce e Gasparini, Jorge Wilheim, Oscar, Villavecchia, Flavio Penteado. Quando seria possível a nós estudantes brincarmos com aquela liberdade de formas e escala tão monumental, quem não sonhou a época fazer algo assim? Brasília impregnava a todos com sua modernidade e modernismo, que fez possível ver por sobre as quatro paredes da caixa em que estivemos presos! Respirávamos novos tempos, tínhamos fome e sede de saber, a liberdade de expressão e a aparente falta de limites para a criação eram mais importantes até que comer, muitas vezes esquecíamos de fazê-lo, era o sonho superando a realidade, o desejo suprimindo a necessidade, a felicidade dando sentido a vida. Embora estejam no “passando todos esses fatos, já sejam invernos, ou casos de outrora, ou apenas lembranças, são memórias fotografadas por nossas retinas e dominam nosso imaginário no presente, são registros que se manifestam contra o estático, são memória viva que uma vez tendo sido libertária nos faz sonhar porque nos viciaram em não usar freios na imaginação e nos motivam e motivarão sempre onde quer que exista vida, fazendo voltar o cheiro, o gosto, o som, o desejo, a alegria de brincar de Deus, porque só Deus cria, cria e ilumina quem teve o ônus de aprender com a vida a ter o bônus de sonhar com a felicidade criando o futuro.

Dubai, Dubai, Goodbye - Aqui estou de volta, o mesmo cético que foi... Mentira!!! Impossível, não creio que alguém consiga ir a Dubai ou Abu Dhabi de olhos abertos, mente processando, \"HD\" novo e muita memória pra voltar incólume, distanciado ou descontaminado. Muito embora minha vovó já dissesse que \"nesse mundo tem gente capaz de tudo e ainda sobra gente\", mas, que é difícil é. - Fui e voltei lendo tudo que me chegou às mãos sobre essa região e suas cidades, tendo me chamado a atenção um livro sobre entrevistas com arquitetos do Hanno Rauterberg no qual há um trecho em que ele pergunta a Rem Koolhas: Por que os prédios vanguardistas estão tão populares? \"Acho que estamos vivendo o triunfo da excentricidade\" disse Rem. Essa frase não me saiu da cabeça durante todo o tempo em que estive visitando os Emirados. Tal era a escala de tudo que minha mente não parava de fantasiar, por exemplo, como seriam passados os \"Brieffings\" aos arquitetos? Já que os hotéis eram paradisíacos, os shoppings gigantescos e exuberantes, landscapes transcendentes, residenciais divinos, comerciais e empresariais inimagináveis, além do que tudo extravagantemente superlativo em termos de escala, e como se não bastasse tudo isso, chamava a atenção o cuidadoso paisagismo irrigado com água dessalinizada, transformando o outrora deserto em jardins floridos, pontuados por formosas tamareiras e redesenhados por lagos e canais de água salgada bombeada do Golfo Pérsico ou Arábico como gostam os nativos de Dubai. - Do Burj Dubai com seus 800 metros de altura não vou nem falar... - Faraônicas obras! Túnel sob o mar, trem em monotrilhos deslizando suspenso sobre o tronco da Palm Jumeirath, bases imensas entre as quais passamos compunham Decks Parking sobre os quais serão erguidas torres comerciais independentes para em seguida virem a se unificar formando o sugestivo fuste do Donald Tramp Tower, cuja maquete tivemos acesso e tanto nos encantou pela bela estética e engenhosidade construtiva. - Surpresa após surpresa ainda sobre um único trilho, como na música do Gil, parecia sonho o tal expresso Dubai imitando o 2222, desfilando entre marinas, hotéis, condomínios, praias, parques, lagos e piscinas que constituíam a Palm Jumeirath em direção ao colossal Hotel Atlantis como se fossemos passar pelo centro do gigantesco vão livre em forma de \"arco lanceolado\" tão comum nas mesquitas árabes. Efeitos espetaculares, visões do Éden, sensações de irrealidade que de tanta fantasia bem poderiam ter sido criadas pelo mago George Lucas. Ao nos deslocarmos pela magnífica Sheikh Zayed Road, duas ou três centenas de empreendimentos inevitavelmente nos saltam aos olhos durante o percurso, como se disputassem a contemplação por seus predicados de criatividade e beleza plástica, ousadia construtiva, espacialidade e escala, pretensão, exagero e até bizarrice. Uma verdadeira festa de Egos dos \"Arquitetos Estrelas\" como passaram a ser designados pela mídia internacional esses profissionais, cujas obras são antes analisadas por suas formas espetaculares que por seu significado, espacialidade, funcionalidade ou coerência com o espaço, meio e materiais dentre outros, deixando claro que hoje tudo é decidido pela última ideologia que ainda temos, a ideologia do mercado. - Discute-se muito o \"autismo\" da arquitetura em Dubai. Embora também seja um problema ocidental, todos andam de carro até mesmo para se ir de onde se moram até o prédio vizinho, como observou Hanno, daí estarem fazendo eles lá o que estamos fazendo aqui nas grandes cidades brasileiras os \"Mix-used\", ou seja, misturando residências e escritórios - \"tudo para romper com o autismo da arquitetura\". Houve uma identidade muito grande de pensamentos, pois, compartilhamos do mesmo sonho, ou seja, criarmos lugares que sejam na sua maioria públicos, acessíveis, visitáveis e por que não transitáveis, funcionando como meio de ligação através de grandes empreendimentos, a exemplo de alguns já executados na Av. Faria Lima-SP, em especial o Brookfield Towers (2008) e Brookfield Malzoni (a ser construído) projetados pela Botti Rubin Arquitetos. - Em verdade não voltei mais o mesmo, nem voltaria, como nunca voltei o mesmo depois de visitar lugares com histórias de passado ou de futuro significativos. Também é verdade que voltei com menos respostas que quando fui, tamanha a provocação, voltei me perguntando tanto que as quase 15 horas de vôo no retorno até São Paulo foram poucas para tanta reflexão. - Ao final foi grande o progresso! Não consegui responder conclusivamente a nada, mas, consegui resumir as muitas questões a cinco que me pareceram essenciais, são elas: 1. Você concebe um mundo sem arquitetura? 2. De que é feita a arquitetura? 3. Em arquitetura o que é importante para se viver bem? 4. Na arquitetura o que nos torna feliz? 5. O que é de fato uma boa arquitetura? - Questões estas que levarei para responder durante as férias de fim de ano, com o espírito mais elevado, sem prazo e me permitindo o devaneio de pensar sem hora marcada. - O certo é que, o fato de \"Bilbao\" ter se transformado pós-advento do Museu Guggenheim do Frank Gehry, num dos lugares mais visitados da Espanha e um ícone da nova arquitetura no mundo, fez com que outras cidades importantes tentassem a mesma fórmula como fonte de recursos e sucesso. Dubai e Abu Dhabi nos Emirados Árabes seguiram a mesma fórmula, só que em outras proporções, com grandiosidade, muita ousadia, pouco tempo, desmesurada pretensão e grande complexidade. Para isso, não só convidou os maiores nomes da seleta constelação arquitetônica mundial que assinaram hotéis, empresariais, parques, marinas, autódromo, comerciais e residências, clubes de hípica, pólo, golf, uma Sorbone, um Louvre e um Guggenheim do próprio Gehry, além de outros museus em Abu Dhabi projetados por Norman Foster, Hadid, Jean Novel e Tadao Ando, mas, para transformar Dubai e Abu Dhabi completamente, no sentido figurado, em ilhas da fantasia, ilhas da alegria, ilhas dos negócios e turismo sobretudo... Imperdíveis sobre todos os aspectos!!! - Bem, para não ficarmos só na platéia analisando, criticando ou batendo palmas, devo informar que também estivemos no palco, pois, participamos da Big 5 ou \"Big Five\" como queiram, maior feira de engenharia e arquitetura realizada por lá, expondo juntamente com importantes colegas via ASBEA/ APEX os nossos trabalhos com direito à catálogo e participação na Câmara de Comércio Brasil - Arabia. (Logo estará no site: www.caramelo.com.br) - Dubai, Abu Dhabi até já! - Dez dias é pouco tempo para muito que se tem para ver, decodificar, analisar, absorver, expurgar, aprender, questionar e até esquecer, pois é, tem gente que foi, viu e não gostou. Então?... É como dizia vovó, lembram? Simplificando... \"Nesse mundo tem gente pra tudo e ainda sobra gente\" - Até Dubai. Caramelo

Dubai, Dubai, Goodbye - Aqui estou de volta, o mesmo cético que foi... Mentira!!! Impossível, não creio que alguém consiga ir a Dubai ou Abu Dhabi de olhos abertos, mente processando, \"HD\" novo e muita memória pra voltar incólume, distanciado ou descontaminado. Muito embora minha vovó já dissesse que \"nesse mundo tem gente capaz de tudo e ainda sobra gente\", mas, que é difícil é. - Fui e voltei lendo tudo que me chegou às mãos sobre essa região e suas cidades, tendo me chamado a atenção um livro sobre entrevistas com arquitetos do Hanno Rauterberg no qual há um trecho em que ele pergunta a Rem Koolhas: Por que os prédios vanguardistas estão tão populares? \"Acho que estamos vivendo o triunfo da excentricidade\" disse Rem. Essa frase não me saiu da cabeça durante todo o tempo em que estive visitando os Emirados. Tal era a escala de tudo que minha mente não parava de fantasiar, por exemplo, como seriam passados os \"Brieffings\" aos arquitetos? Já que os hotéis eram paradisíacos, os shoppings gigantescos e exuberantes, landscapes transcendentes, residenciais divinos, comerciais e empresariais inimagináveis, além do que tudo extravagantemente superlativo em termos de escala, e como se não bastasse tudo isso, chamava a atenção o cuidadoso paisagismo irrigado com água dessalinizada, transformando o outrora deserto em jardins floridos, pontuados por formosas tamareiras e redesenhados por lagos e canais de água salgada bombeada do Golfo Pérsico ou Arábico como gostam os nativos de Dubai. - Do Burj Dubai com seus 800 metros de altura não vou nem falar... - Faraônicas obras! Túnel sob o mar, trem em monotrilhos deslizando suspenso sobre o tronco da Palm Jumeirath, bases imensas entre as quais passamos compunham Decks Parking sobre os quais serão erguidas torres comerciais independentes para em seguida virem a se unificar formando o sugestivo fuste do Donald Tramp Tower, cuja maquete tivemos acesso e tanto nos encantou pela bela estética e engenhosidade construtiva. - Surpresa após surpresa ainda sobre um único trilho, como na música do Gil, parecia sonho o tal expresso Dubai imitando o 2222, desfilando entre marinas, hotéis, condomínios, praias, parques, lagos e piscinas que constituíam a Palm Jumeirath em direção ao colossal Hotel Atlantis como se fossemos passar pelo centro do gigantesco vão livre em forma de \"arco lanceolado\" tão comum nas mesquitas árabes. Efeitos espetaculares, visões do Éden, sensações de irrealidade que de tanta fantasia bem poderiam ter sido criadas pelo mago George Lucas. Ao nos deslocarmos pela magnífica Sheikh Zayed Road, duas ou três centenas de empreendimentos inevitavelmente nos saltam aos olhos durante o percurso, como se disputassem a contemplação por seus predicados de criatividade e beleza plástica, ousadia construtiva, espacialidade e escala, pretensão, exagero e até bizarrice. Uma verdadeira festa de Egos dos \"Arquitetos Estrelas\" como passaram a ser designados pela mídia internacional esses profissionais, cujas obras são antes analisadas por suas formas espetaculares que por seu significado, espacialidade, funcionalidade ou coerência com o espaço, meio e materiais dentre outros, deixando claro que hoje tudo é decidido pela última ideologia que ainda temos, a ideologia do mercado. - Discute-se muito o \"autismo\" da arquitetura em Dubai. Embora também seja um problema ocidental, todos andam de carro até mesmo para se ir de onde se moram até o prédio vizinho, como observou Hanno, daí estarem fazendo eles lá o que estamos fazendo aqui nas grandes cidades brasileiras os \"Mix-used\", ou seja, misturando residências e escritórios - \"tudo para romper com o autismo da arquitetura\". Houve uma identidade muito grande de pensamentos, pois, compartilhamos do mesmo sonho, ou seja, criarmos lugares que sejam na sua maioria públicos, acessíveis, visitáveis e por que não transitáveis, funcionando como meio de ligação através de grandes empreendimentos, a exemplo de alguns já executados na Av. Faria Lima-SP, em especial o Brookfield Towers (2008) e Brookfield Malzoni (a ser construído) projetados pela Botti Rubin Arquitetos. - Em verdade não voltei mais o mesmo, nem voltaria, como nunca voltei o mesmo depois de visitar lugares com histórias de passado ou de futuro significativos. Também é verdade que voltei com menos respostas que quando fui, tamanha a provocação, voltei me perguntando tanto que as quase 15 horas de vôo no retorno até São Paulo foram poucas para tanta reflexão. - Ao final foi grande o progresso! Não consegui responder conclusivamente a nada, mas, consegui resumir as muitas questões a cinco que me pareceram essenciais, são elas: 1. Você concebe um mundo sem arquitetura? 2. De que é feita a arquitetura? 3. Em arquitetura o que é importante para se viver bem? 4. Na arquitetura o que nos torna feliz? 5. O que é de fato uma boa arquitetura? - Questões estas que levarei para responder durante as férias de fim de ano, com o espírito mais elevado, sem prazo e me permitindo o devaneio de pensar sem hora marcada. - O certo é que, o fato de \"Bilbao\" ter se transformado pós-advento do Museu Guggenheim do Frank Gehry, num dos lugares mais visitados da Espanha e um ícone da nova arquitetura no mundo, fez com que outras cidades importantes tentassem a mesma fórmula como fonte de recursos e sucesso. Dubai e Abu Dhabi nos Emirados Árabes seguiram a mesma fórmula, só que em outras proporções, com grandiosidade, muita ousadia, pouco tempo, desmesurada pretensão e grande complexidade. Para isso, não só convidou os maiores nomes da seleta constelação arquitetônica mundial que assinaram hotéis, empresariais, parques, marinas, autódromo, comerciais e residências, clubes de hípica, pólo, golf, uma Sorbone, um Louvre e um Guggenheim do próprio Gehry, além de outros museus em Abu Dhabi projetados por Norman Foster, Hadid, Jean Novel e Tadao Ando, mas, para transformar Dubai e Abu Dhabi completamente, no sentido figurado, em ilhas da fantasia, ilhas da alegria, ilhas dos negócios e turismo sobretudo... Imperdíveis sobre todos os aspectos!!! - Bem, para não ficarmos só na platéia analisando, criticando ou batendo palmas, devo informar que também estivemos no palco, pois, participamos da Big 5 ou \"Big Five\" como queiram, maior feira de engenharia e arquitetura realizada por lá, expondo juntamente com importantes colegas via ASBEA/ APEX os nossos trabalhos com direito à catálogo e participação na Câmara de Comércio Brasil - Arabia. (Logo estará no site: www.caramelo.com.br) - Dubai, Abu Dhabi até já! - Dez dias é pouco tempo para muito que se tem para ver, decodificar, analisar, absorver, expurgar, aprender, questionar e até esquecer, pois é, tem gente que foi, viu e não gostou. Então?... É como dizia vovó, lembram? Simplificando... \"Nesse mundo tem gente pra tudo e ainda sobra gente\" - Até Dubai. Caramelo

Promessa é dívida No vai-e-vem das prioridades sobem e descem as tensões, afloram angústias, sobra adrenalina. É o esporte radical da existência humana que vai desde o manter-se vivo pro mercado e pra vida até o satisfazer vaidades, medidas pela quantidade de sucessos. Daí tudo isso exige uma válvula reguladora de pressão... Respirar fundo, baixar a bola, tirar a tampa, soltar os músculos, reclinar e soltar a imaginação, sonhar, sonhar muito. Pensar não dói nem faz calos, muito pelo contrário. Em alguns momentos é até divertido e prazeroso. Pensar especificamente sobre um determinado assunto, já é outra volta do novelo... Requer preparativos como preceder análises e devaneios investigativos com estudos, pesquisas, conversas que fertilizem o terreno a ser semeado pela imaginação e intuição na busca das respostas. Pensar com prazo determinado e compromissado em se obter uma solução... é contagem regressiva! Nem pensar... é tortura! Pois é, nesse final de ano e na folga do Carnaval usei meu tempo livre para responder aquelas perguntas que deixei em aberto no artigo passado quando voltei de Dubai e Abu Dhabi, lembram? Comprometendo-me a respondê-las durante as férias, então aqui vai: 1ª questão: você consegue imaginar um mundo sem arquitetura? Na pré-história o homem buscou a caverna até construir seu primeiro abrigo. Tudo lhe era adverso. Era preciso se proteger, abrigar, defender e o mundo era imenso diante da sua pequenez. O mundo do novo homem, como diz Hanno Rauterberg é, ao mesmo tempo, menor do que jamais foi e maior do que nunca, ou seja, as distâncias e o tempo encurtam, enquanto a quantidade de informações aumenta. Assim, a todo instante, você necessita de espaços apropriados para as muitas atividades e serviços. Como viver então sem arquitetura? Estádios, shoppings, aeroportos, hospitais, restaurantes, teatros, hotéis, residências, etc. Haja arquitetura para tantas funções!!! 2ª questão: de que é feita a arquitetura? Diria de uma forma simplificada que a matéria prima da arquitetura é o espaço. Podendo ser, aberto ou fechado, abrigado ou não, interno ou externo. Espaço acessível, articulado, compatível com a função. Estar dentro! Usar... 3ª questão: Em arquitetura o que é importante para se viver bem? Concordo e me identifico muito com a definição do grande estruturalista Cecil Belmond para essa questão do que seja importante até porque a arquitetura que você vive bem é para você a boa arquitetura e segundo ele: “a boa arquitetura nunca segue um princípio, mas oferece uma grande variedade de atmosferas bem diferentes. Porque uma vida sem variedade, excitação e ambivalências seria terrivelmente monótona. Eu acredito piamente na força impulsionadora da arquitetura”. Seguir em frente reto não é maneira de progredir. Contudo, ainda acredito que nos desenvolvemos em espiral, tecemos redes, o que seja. É assim que acontece com o cérebro humano. Se ele não for alimentado com coisas novas ele encolhe. De modo que se não quisermos regredir temos que seguir em frente nos desenvolvendo. 4ª questão: Na arquitetura o que nos torna feliz? Vou me valer para essa questão de uma pergunta feita a Rem Kolhaas por um entrevistador que disparou - Seus prédios são promessas de felicidade? Kolhaas respondeu “eu prefiro me manter calado. Nenhum arquiteto pode supor que é capaz de prescrever ou mesmo definir a felicidade. Embora, é claro, eu não possa continuar a vida sem ideais e um certo grau de otimismo. Bem, está bem, a arquitetura da OMA pode, na verdade, fazer muitas pessoas felizes, não decretando que sejam felizes, mas sim, superando restrições. Ela não o força a desperdiçar tempo e energia, na verdade, ela estabelece alguma coisa livre e abre os espaços.” 5ª questão: Por fim, chegamos então a última e mais importante das questões, que no nosso entender sintetiza todas as outras e vem sendo feita desde a época do iluminismo: o que é de fato uma boa arquitetura? Certas questões têm que ser respondidas com relativa calma, parcimônia, isenção e muito cuidado. Usando toda a experiência vivida e adquirida de modo a não incorrer na tentação da objetividade, uma vez que, não sendo matemática e envolvendo tão grande número de componentes, produz inevitavelmente conceitos e sentimentos por vezes tão díspares que estão mais para teses filosóficas que para alvos estáticos dispostos a tiro seco de carga única. É preciso invocar o tempo, olhar para frente e para trás, estudar com mais profundidade refazendo costumeiras perguntas como as respondidas anteriormente, sabendo presumidamente o que é na verdade a arquitetura, tentando com todos os instrumentos e informações disponíveis exercitar-se numa futurologia embasada em como estaremos vivendo nos anos ou décadas que se avizinham. Não obstante, como diz o grande arquiteto alemão, livre pensador e pesquisador nato, Frei Otto “hoje em dia algumas pessoas ainda perguntam qual deve ser a aparência da arquitetura. Isso me enfurece! Não é uma questão de exteriores. As pessoas não têm apenas olhos, elas têm uma grande variedade de necessidades de longo alcance. É por isso que os arquitetos não deveriam ser tão rasteiros nas perguntas e respostas.” Assim, concluo tentando responder abrangentemente de modo sintético a questão que “a boa arquitetura dentro do meu ponto de vista pessoal é aquela que atende todas as necessidades para qual foi criada, com eficiência e profissionalidade promovendo bem estar, conforto e prazer a quem use, bem como, emocionando a quem a aprecie, além, é claro, de emprestar ao sítio onde foi implantada referência pelas qualidades inerentes a sua plástica, estética e modernidade pela sua harmonia ou contraste. Por tudo isso digo sempre que ser arquiteto é adicionar ao presente o que será valor no futuro, embora muitas vezes seja necessário uma tarefa árdua de aculturação para tornar isso possível.”


IAB UIA AsBEA ADEMI-BA